quinta-feira, 31 de julho de 2025

Eficácia x Eficiência

 
https://blogdaqualidade.com.br/

A diferença é que a eficácia se refere a fazer a tarefa certa, completar atividades e alcançar metas. Já a eficiência é sobre fazer as coisas de forma otimizada, de maneira mais rápida ou com menos gastos. 

Por exemplo, um carro pode ser uma forma de transporte muito eficaz, capaz de mover as pessoas para lugares específicos. Porém, um carro pode não ser o modo mais eficiente de transportar pessoas por causa do grande gasto de combustível. 

Veja: 

      1) Eficácia – Quando a tarefa é executada da melhor maneira possível, com menor desperdício de tempo, esforço e recursos.

               Ex. Meus pensamentos não mudaram sobre a eficácia do sistema econômico.

                     Embora a eficácia ainda esteja incerta, a segurança não.

                     Os dados duvidosos parecem não ter relação com a eficácia do medicamento.

 

https://www.tempoeficiente.com.br/


         2) Eficiência – É algo adequado para atingir um propósito, de modo a alcançar o resultado pretendido ou esperado.

               Ex. Gerir pessoas com eficiência é um dom e uma arte para poucos.

                      Muitos pensam que ser metódico é loucura; não, é eficiência.

                      A capacidade mental é que comprova a eficiência da tua atitude. 


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa


quarta-feira, 16 de julho de 2025

Sofrível & Ruim

 
https://brasilescola.uol.com.br/

Leia as seguintes frases grafadas, a seguir, e, antes de verificar a resposta com a devida explicação, diga se ambas as construções estariam corretas: 

a) A equipe terminou a temporada na última colocação, com 65 derrotas e só 17 vitórias, numa campanha sofrível. 

b) A equipe terminou a temporada na última colocação, com 65 derrotas e só 17 vitórias, numa campanha muito ruim. 

https://observeseguranca.pandape.infojobs.com.br/

Diferentemente do que possa parecer, sofrível não quer dizer “muito ruim” ou "que faz sofrer". O Dicionário Aurélio de Português Online lista, para esse adjetivo, os seguintes significados: "suportável, quase suficiente, moderado, razoável, acima de medíocre, que está entre o bom e o mau". Portanto, apenas o enunciado da Letra B está correto.


https://brasilescola.uol.com.br/redacao/

Algo que se pode suportar: Como um dia frio, mas não insuportável, ou uma situação difícil, mas não impossível de lidar.

Algo que não é bom, mas também não é ruim: Um resultado de teste que não foi ótimo, mas também não foi uma falha completa, ou um filme que não é espetacular, mas também não é terrível.

Algo que está na média: Um desempenho que não se destaca, mas também não é abaixo do esperado.

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Como + Por exemplo = Pleonasmo

 
https://divacademico.blogspot.com/

Leia um trecho da entrevista que o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca deu à Folha de S. Paulo, em 16 de julho deste ano:

 

“Por outro lado, ao defender celeridade não se arrisca o inverso, defender uma politização do Judiciário.”

 

Giannetti da Fonseca – Não se trata disso (Se Lula poderá ou não concorrer à presidência no próximo ano). Até porque não estou falando de mérito, os juízes que decidam o que for o correto na avaliação deles. Mas é preciso sensibilidade, como por exemplo Moro teve em sua sentença, em não mandar prender Lula. ”

 

A palavra como e a expressão por exemplo, constantes no último período da resposta do filósofo, possuem o mesmo valor semântico, o que resulta em um pleonasmo vicioso como “subir para cima”, “encarar frente a frente”, “acabamento final” dentre outras construções que empobrecem os enunciados linguísticos tanto orais como escritos. Para eliminar o problema, nesse caso, basta retirar a expressão por exemplo. Veja:

 

Mas é preciso sensibilidade, como Moro teve em sua sentença, em não mandar prender Lula.

 

No entanto, existe a possibilidade de se usar os termos, ao se colocar a expressão por exemplo após a exemplificação. Veja:

 

Mas é preciso sensibilidade, como Moro teve em sua sentença, em não mandar prender Lula, por exemplo.

 

Aliás, nesse caso, convenhamos, a frase ganha uma visível elegância.

 

Há casos em que se pode, simplesmente, retirar ou a palavra ou a expressão para se corrigir o problema. 

https://beyondlean.wordpress.com/

Ex. Temos argumentos sólidos, como, por exemplo, a comprovação do superfaturamento.

 

Veja as duas formas e com os mesmos sentidos:

 

Ex. Temos argumentos sólidos, como a comprovação do superfaturamento.

 

Ou

 

Ex. Temos argumentos sólidos; por exemplo, a comprovação do superfaturamento.

 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Acerca de – A cerca de – Há cerca de

 
https://aprovatotal.com.br/

As expressões existem em nossa língua e estão absolutamente corretas, no entanto muitos produtores textuais enfrentam dificuldades no momento de usá-las, porque elas são expressões homófonas, ou seja, possuem o mesmo som, embora os sentidos delas sejam diferentes. 

Veja:  

1) Acerca de: significa “a respeito de”, “sobre”. 

Ex. O ex-patrão deu boas referências acerca do novo funcionário.

No final de semana, conversamos acerca da economia brasileira.

A mídia divulga informações distorcidas acerca de certos políticos.

 

2) A cerca de: valor aproximado de um determinado dado numérico. 

Ex. Salvador fica a cerca de 118 km de Feira de Santana.

Pedi a cerca de vinte jornalistas que ficassem atentos às últimas notícias.

No show de Chico Buarque, ficamos a cerca de quinze metros do palco.

 

3) Há cerca de: ideia de tempo decorrido. 

Ex. As aulas recomeçaram há cerca de duas semanas.

Há cerca de dez dias o gerente não aparece na loja.

Estudo História da Cultura há cerca de cinco meses.

 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portugues
a

sexta-feira, 30 de maio de 2025

É proibido & É proibida

 
https://www.youtube.com/


“É proibido” ou “é proibida”? e, também, “É necessário” ou “É necessária”? Todas as construções são permitidas! Sim. Mas cada uma em seu devido lugar. 


O adjetivo “necessário” é masculino singular quando: 


A) Não há especificação (um artigo, por exemplo) do substantivo com o qual concorda. 

É necessário confiança! (Substantivo feminino, porém sem determinante)

É necessário dinheiro para isso. (Substantivo masculino, sem determinante)

 

B) A oração complementar é feita com o verbo no infinitivo. 

Acho, então, necessário procurar um médico.

 

C) Há especificação do substantivo com o qual concorda e ele é um substantivo masculino singular. 

Para que dê certo, é necessário o apoio de todos. 

https://sigasinalizacao.com.br/

O uso do adjetivo no feminino singular se dá quando: 


A) Há especificação do substantivo feminino com o qual concorda: 

É necessária a confiança. (Substantivo feminino, com artigo definido)

Para entrar na festa, é necessária a apresentação desse convite.

Essa explicação foi realmente necessária para você?


Essas construções podem realmente nos confundir e nos fazer errar na hora de escrever. Portanto, é necessário prestar atenção nessas construções. 


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa


sexta-feira, 16 de maio de 2025

À medida que / Na medida em que


https://blog.flaviarita.com/

Leia as frases, abaixo relacionadas, e diga se ambas estão corretas ou apenas uma delas:

 

a- Não temos nenhum programa a esconder, à medida que nossa atividade é pública.

b- Não temos nenhum programa a esconder, na medida em que nossa atividade é pública.


Você acertou se marcou apenas a segunda opção, pois a expressão à medida que dá a ideia de proporção o que, claramente, não é o sentido da oração.

 

Veja:

 

Ex. À medida que as chuvas aumentam, as ruas e as avenidas ficam alagadas.

      Desenvolvemos nossos conhecimentos, à medida que ampliamos nossas leituras.

      À medida que ouvia a narrativa, seu interesse aumentava.

     

Já a expressão na medida em que equivale a visto quejá queuma vez que, ou seja, possui ideia de causa, que é o caso da segunda frase:

 

Ex. Não temos nenhum programa a esconder, visto que nossa atividade é pública. 

       Já que você estará em casa neste final de semana, cuide das crianças.

       Uma vez que não se interessa por Arte, desistiu do curso.

 

Obs.: Faltou dizer que ambas as expressões são locuções conjuntivas.


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

domingo, 27 de abril de 2025

Ao encontro de / De encontro a

 
https://www.youtube.com/


    I – AO ENCONTRO DE: caminhar para, estar a favor de.

          Ex. Aquela atitude ia ao encontro do que ele pregava.

                 Suas ideias vão ao encontro das minhas.

                 O rapaz foi ao encontro da namorada. 

 
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/

   II – DE ENCONTRO A: contra, em sentido oposto, choque.

          Ex. Aquela atitude ia de encontro a que ele pregava.

                 Suas ideias vão de encontro as minhas.

                 O ônibus foi de encontro ao poste.


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Os Porquês

 

https://blogdoenem.com.br/

     a- Por que: Para perguntas diretas e indiretas e, também, substitui pelo qual e suas flexões.

         Ex. Por que você fez isso?

               Eu não sei por que você fez isso.

               Só eu sei as esquinas por que passei.

    b- Por quê: Usado no final da frase, mas não precedido do artigo.   

         Ex. Você fez isso, por quê?

    c- Porque: Utilizado para respostas.

         Ex. Eu fiz isso, porque não tinha outra alternativa.

  d- Porquê: Substantivo, possui o mesmo sentido que “motivo”. Quase sempre precedido de artigo.

         Ex. Ninguém sabe o porquê de ela ter feito isso.

 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

segunda-feira, 31 de março de 2025

X ou CH?

 
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a- Após ditongos

         Ex. peixe, caixa, trouxa, queixo, deixe, faixa, ameixa, feixe etc.

         Exceção: recauchutagem.    

 b- Após “EN”

         Ex. enxada, enxoval, enxugar, enxofre, enxame, enxurrada etc.

         Exceções: encher e seus derivados, enchova.       

c- Após “ME”

         Ex. mexer, remexer, mexerico, mexerica, mexilhão, mexicano etc.

         Exceção: mecha.       

d- Palavras originárias do tupi-guarani

         Ex. xaréu, xixarro, xavante, xingu.     

         Obs.: Por razões etimológicas: chuchu, flecha, pechincha, machucar.

 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa


segunda-feira, 17 de março de 2025

Regência Verbal – II

 
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Nesta semana, postamos mais alguns verbos cuja regência requerem atenção do usuário da Língua Portuguesa ao utilizá-los na oralidade e na escrita.

Vejam:

 LEMBRAR 


VTD ou VTI = neste último caso, sempre pronominal

Ex. Não lembro o seu nome.

Não me lembro do seu nome.

VTD = fazer recordar.

Ex. Esse rapaz lembra o pai em tudo. 

VTDI = advertir.

Ex. Lembrei a meus amigos o dia do meu aniversário.

VTI = quando se dá ao ser lembrado a função de sujeito.

Ex. Não lhe lembram os bons momentos de infância? 

  

OBEDECER - DESOBEDECER

 

VTI = sempre (obedecer a, desobedecer a)

Ex. Bons filhos nunca desobedecem aos pais.

     

Obs. I: Quando o complemento é coisa, não aceitam lhe, lhes, mas a ele e suas variações.

Ex. O regulamento é esse, e todos devem obedecer a ele.          

Obs. II: Mesmo sendo intransitivos, admitem a voz passiva.

Ex. O regulamento é obedecido por todos.

                                                      

PAGAR - PERDOAR

                                                          

VTDI = com objeto direto para coisa e objeto indireto para pessoa.

Ex. Paguei todas as minhas dívidas a meus credores.

Perdoei todas as dívidas a meus devedores.

  

PREFERIR

 

VTDI = sempre, e com a preposição a.

Ex. Prefiro a letra à musica.

  

VISAR

 

VTD = pôr o visto ou mirar.

Ex. Já visei o cheque.

VTI = almejar

Ex. Todo político visa ao poder.

 

Obs. I: Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele e suas variações.

Ex. O poder envaidece; por isso todos visam a ele.      

Obs. II: Seguido de infinitivo, omite-se a preposição.

Ex. Todo político visa chegar ao poder.


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

segunda-feira, 10 de março de 2025

Regência Verbal - I

   
https://www.portugues.com.br/
        

Ex. Todos criticam os maus políticos. Todos desconfiaram de você.

 

No primeiro exemplo, o verbo criticar, por ser um verbo transitivo direto, necessita de complemento sem preposição: os (artigo), maus (adjetivo) e políticos (substantivo).

 

Já no segundo exemplo, desconfiar é um verbo transitivo indireto e precisa de um complemento com preposição: de (preposição) e você (pronome).

 

Vejam a seguir, e em duas postagens, os chamados verbos concurseiros, aqueles que são recorrentes em concursos públicos, mas antes algumas observações.




– A Voz Passiva

Ex. A mulher agradava o filho. O filho era agradado pela mulher.
O desempenho do time agradou ao técnico.

 

Obs. 1: VI, VTI e VL não admitem a voz passiva.

 

Obs. 2: Portanto construções como “O jogo foi assistido por milhares de pessoas.”, segundo a Variante Padrão do Português Formal, é inaceitável.

 

– Complemento único para regências diferentes
Ex. Entrei e saí de casa rapidamente. (regência inadmissível)
Entrei em casa e saí dela rapidamente. (regência padrão)

 

– Ir ao encontro / Ir de encontro
Ex. O rapaz enamorado foi ao encontro da sua amada.
O ônibus foi de encontro ao poste.

 

– Verbos com ideia de movimento
Ex. Cheguei a Salvador e fui direto ao hotel.

“Raimundo Varela voltou ao Canal 5.”


 



AGRADAR

 

VTD = acariciar
Ex. A mãe agradava o filho todas as manhãs.

 

VTI = satisfazer (agradar a)

Ex. A mãe agradava ao filho sempre que podia.


Obs. O antônimo desagradar é sempre VTI: desagradar ao público.

 


ASPIRAR

 

VTD = absorver, inalar etc.
Ex. Sentia um enorme prazer em aspirar o ar do campo.

 

VTI = almejar, ambicionar etc.
Ex. Nunca aspirei a nenhum cargo público.

Obs.: Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas.

 


ASSISTIR

 

VTD = socorrer, ajudar etc.
Ex. O pequeno garoto assistia o pai na mercearia todos os dias.

 

VTI = ser espectador (assistir a)

Ex. Não assisto a programação de tevê aos domingos.

 

Obs.: Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele e suas flexões.
Ex. O programa é bom, mas crianças não podem assistir a ele.

 

VTI= caber (assistir a)

Ex. Esse é um direito que assiste a mim.

 

VI = morar, residir etc.
Ex. Geralmente, os ministros de Estado assistem em Brasília.



ESQUECER

VTD ou VTI = neste último caso, é sempre pronominal.

Ex. Esqueci todos os meus documentos.

Esqueci-me de todos os meus documentos.

Obs.: Portanto “Esqueci de todos os documentos.” é uma construção inadmissível na variante padrão.

 

VTI = quando se dá ao ser esquecido a função de sujeito.

Ex. Esqueceu-me o documento.

 

INFORMAR

VTDI = esclarecer

Ex. Informei-o do ocorrido na reunião.

Informei-o sobre o ocorrido na reunião

Informei-lhe o ocorrido.


Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portugueesa


 

Siglas:

 

VL = verbo de ligação

VI = verbo intransitivo

VTD = verbo transitivo direto

VTI = verbo transitivo indireto

VTDI = verbo transitivo direto e indireto.